terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Jesus de Miudo - meu professor do tempo do Técnico em Contabilidade


De ídolos e de fãs

No sábado eu saí de Joinville às dez da manhã, fiz escala em São Paulo, de onde parti para o Rio de Janeiro, mais precisamente para o Galeão, por onde cheguei às duas da tarde e de onde saí apenas às vinte e uma e quarenta.
A espera teria sido um enfado se não fosse o jogo do Vasco e Portuguesa que assisti no terceiro piso, entre uma cochilada e outra, batendo um papo com cearenses que dividiram a mesa comigo, todos torcedores do Ceará que, naquele dia, assegurou a subida para a série A do Brasileirão. Parecia que éramos amigos de datas!
Quando terminou o jogo recebi uma ligação do meu Tio Edwílson, o Dudu irmão mais novo de papai, e sua esposa Cássia, filha do saudoso Seu Paizinho. Aliás, foi Cássia quem me recebeu no Rio quando por lá passei na terça-feira, se ocupando em mostrar-me um pouco da cidade e levando esse cabecinha chata ao encontro de Sônia de Chico Velho em sua charmosa e confortável casa no Recreio dos Bandeirantes, numa tal de Barra da Tijuca. Mas isso é motivo de uma próxima postagem.
Na ligação Cássia insistia em saber se eu havia recebido um telefonema.
- De quem, criatura? – eu quis saber.
- De uma pessoa aqui do Rio que é seu fã, rapaz! – era tudo que ela me dizia.
Como meu Tio Dudu e sua esposa Cássia estavam indo à uma festa em casa de Sônia de Chico Velho, aproveitaram e foram me encontrar novamente no aeroporto, para que pudéssemos nos abraçar mais uma vez. Quando eles chegaram, Cássia foi logo perguntando:
- Cadê, a pessoa te telefonou?
- Ninguém me ligou – respondi.
- Pois preste atenção no que eu vou lhe dizer. Essa pessoa está doida para lhe conhecer pessoalmente – falou-me. – Não se admire se de repente ela, a pessoa, aparecer por aqui. Está louca querendo lhe falar.
Aí, marchamos os três para um café. O ambiente, todo decorado com fotografias e pequenas réplicas de aviões que marcaram época, era aconchegante e tinha um bom café. Por lá havíamos passado também na terça-feira, quando esperávamos por minha filha Arianne.
Cássia se impacientava porque o tal telefonema não vinha. Até que, de repente, um sorriso saltou-lhe do rosto e ela exclamou de súbito:
- É ele! Vem ali.
Como eu estava de costas, achei que seria deselegante me virar para ver quem vinha. Então, Romário chegou, deu boa tarde, cumprimentou Cássia com dois beijinhos no rosto e apertou com força a mão do meu Tio Dudu. Olhou para mim e disse com aquela sua voz de língua e plurais entre os dentes:
- Então, peixe, você é o Jesus de Miúdo? Pô, parceiro! Sou maior fã do teu fotoblog.
Naturalmente que eu me levantei a apertei-lhe a mão. Nem que ele quisesse muito eu daria os dois beijinhos nele.
- Rapaz, não perco um dia em seu fotoblog. Gosto de tudo que você escreve, parceiro. Tenho teus dois livros – continuou falando, os olhos marejando. – Mas tu anda meio relapso, né, peixe? Não escreve mais quase nada. Assim deixa a gente com gostinho de quero mais.
- Macho véi, é o tempo que anda curto – respondi sem me alterar.
- E aí, me deixa tirar uma foto contigo, peixe? – perguntou-me.
Confesso que a ideia não me agradou muito, pois não gosto de me expor assim por aí. Mas como ele insistia e eu não tenho o direito de ser indelicado com meus fãs, resolvi aceitar. Não sem antes advertir o tipo de que não quero minha imagem em páginas de álbuns do Orkut. Ele prometeu que não usaria a foto, senão para um quadro que ficaria em sua sala de troféus. Menos mal.
Aí, ele pegou um guardanapo e pediu que eu mandasse um abraço para Romarinho, seu filho. Escrevi com uma letra bem redonda “ao amigo Romarinho, um abraço de Jesus de Miúdo”. E enquanto Cássia recebia e preparava a câmera para a fotografia, ele me dizia que era doido para se igualar a mim no número de filhos. Eu, claro, todo vaidoso, lhe disse que ele fosse tentando e já que filhos não é fácil fazer como gols, talvez um dia conseguisse.
Aproveitei para dar-lhe uma bronca por ele ter jogado no Flamengo e ele, abaixando a cabeça meio triste, pediu desculpas dizendo-se arrependido.
Então ele me pediu que pusesse o meu polegar para cima e que abrisse um sorriso (fã pede cada coisa) e eu atendi o cabra véi nisso também.
Depois da fotografia, pediu o meu e-mail para que pudesse me enviar a foto, como se eu fizesse questão. Ainda se ele fosse acariense, ou descendente desse nosso bom povo...
Por fim, ele ainda ficou uns cinco minutos me bajulando, dizendo do quão simpático e atencioso eu tinha sido e eu, meio a contragosto, dando atenção, claro. Depois foram mais uns cinco minutos agradecendo muito a Cássia por permitir que ele vivesse aquela emoção.
Quem quiser acreditar que foi assim, acredite! Quem não quiser (muitos risos), está aí a foto para mostrar. Só sei que quando nos despedíamos o telefone dele tocou e eu ouvi quando ele saiu, naquele andar de vacilante, dizendo em tom de alegria:
- Rapaz, tu não sabe, parceiro. Adivinha com quem acabei de conversar, de ganhar um autógrafo e fazer uma fotografia?! Cara, com Jesus de Miúdo, lá de Acari do Seridó, peixe!
E saiu olhando para trás, como se não acreditasse que eu estava ali.
Fã tem cada coisa!

Fonte: http://acaridomeuamor.nafoto.net

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