quinta-feira, 15 de abril de 2010

E se a Coca Cola só anunciasse em dias de sol?

Na década de 1950, um profissional de comunicação lançou um programa de TV destinado especificamente aos jovens de 17 anos. Ele, então, procurou a Coca-Cola para tentar vender espaços publicitários em seu programa de TV. Após umas 17 ligações, conseguiu driblar uma horda de secretárias mais carrancudas que a zaga de time de interior. Finalmente marcou com um figurão do Marketing da Coca-Cola.
Em uma moviola portátil, mostrou um episódio de seu programa ao figurão marketeiro da Coca-Cola Co. Mostrou que seu programa fora resultado de pesquisas com os jovens. Que até o nome do programa havio sido escolhido por jovens estudantes de 17 anos, numa pesquisa inédita para os padrões da TV. Enfim, comprovou que o programa era feito sobre medida para quem quisesse dialogar com esse público.
O figurão, de posse de seu charuto (fumar na década de 50, mesmo que fedorentos charutos, era sinal de poder) não se fez de rogado: descartou a possibilidade de imediato, com um simples e claro argumento – seu programa passa às 18h30.
O comunicólogo, incrédulo, pensou tratar-se de uma brincadeira. Simplesmente sorriu. Sorriso esse logo transformado em muxoxo. O figurão, então se levantou da cadeira, tirou o charuto da boca e começou a enumerar motivos pelos quais não anunciariam no programa. Com uma das mãos entremeada nos suspensórios afirmou categórico: seu programa passa na hora errada.
- Como assim? Indagou o pobre publicitário (com perdão da má palavra).
- Veja bem, continuou o “marketman”, nossa verba é limitada e deve ser muito bem aplicada. Por isso, só a aplicamos no momento certo. E o momento certo é: entre 12 e 15 horas em dias quentes de sol, quando as pessoas sentem sede. Seu programa passa todos os domingos, às 18h30. Nessa hora não há mais calor. Não temos verba a desperdiçar. Sua idéia é boa, mas na hora errada.
Como você, querido leitor, já deve suspeitar, esse diálogo nunca aconteceu. E, talvez por isso, a Coca-Cola é hoje a marca mais conhecida do planeta, comercializada em 136 países e líder de seu mercado há décadas. Simplesmente porque a Coca tem um objetivo: ser lembrada. Ser preferida. Estar na cabeça do consumidor, todas as horas do dia, sempre que possível.
Fosse esta marca gerida por um “marketman”de uma escola, sua onipresença, talvez, estivesse ameaçada. Eu, no caso, sou o comunicólogo que lançou um programa de TV destinado a alunos do Ensino Médio, cujo o nome (Oqqfaz?) foi definido em pesquisa. Cujo o teor foi igualmente definido em pesquisa e que tenta vender espaços no seu programa (o único da TV aberta do Brasil com esse formato) que é uma perfeita vitrine para colégios e faculdades. E o que tenho encontrado como resposta? Sua idéia é boa. Mas a hora errada, pois só investimos em época de matrículas. Ou seja: não queremos ser lembrados pelo nosso público o ano todo. Queremos anunciar só nos dias de sol e calor, entre 12 e 15 horas.
É mais ou menos isso.


(O programa Oqqfaz foi lançado em Marco de 2010 com o objetivo de trazer informação sobre carreiras e profissões aos jovens e para ser uma vitrine para Instituições de Ensino. O Programa é transmitido aos domingos, às 18h30 pela TV Gazeta de São Paulo e na Internet – WWW.oqqfaz.com.br para o planeta, todos os dias, faça chuva ou faça sol).

Cláudio Gonçalves
Fonte: www.mkteducacional.com.br

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