sexta-feira, 12 de março de 2010

Análise do livro - Mariclécia

ANÁLISE DO LIVRO EU CHOVO TU CHOVES ELE CHOVE

O texto teatral Eu chovo, tu choves, ele chove recebeu 1° prêmio no concurso promovido pelo teatro Guairá em 1976. A peça narra a história de muitos personagens cuja função é mostrar um cenário cheio de fantasia e humor. Os Intérpretes que completam a ação do texto são dez ao todo, personagens inventados com muita originalidade e preciosidade que ilustram um cenário composto de ações surpreendentes, que misturam realidade e fantasia, deixando o leitor surpreso ao ler o próximo ato. No texto dramático há a apresentação de Ana Maria Machado para o livro sobre todas as partes que compõem o texto, ela fala sobre a autora do livro Sylvia Orthof nas primeiras páginas do livro antes de começar a história, exemplificando e comentando todos os passos utilizados por Sylvia para compor a texto dramático. Um texto que também pode ser encenado aproveitando qualquer elemento ou personagem, pois a autora, Sylvia, sabia tudo a respeito de teatro, por isso que construiu boas histórias teatrais.
O texto dramatiza uma incrível aventura em que Chuva, Pingo de Chuva, Sereia, Chuveiro, Chuvisco, Elefante, Ovo, Ova de Peixe, Sol e Galinha participam. É uma completa diversão que conquista completamente o leitor.
Os fatos ocorreram mostrando um ambiente onde se desenrola a ação dos personagens. Como o tempo é algo muito importante em qualquer história, devemos compreender que ele é indispensável na hora de estabelecer a ordem em que os fatos vão acontecendo. Por se tratar de objetos e seres inanimados, como: chuvisco, chuveiro, sereia, pingo de chuva e nuvem, transformados em seres humanos, ou seja, se tratando de uma peça de teatro, fica claro que, numa peça o tempo se condensa, limitando o período de cada ato.
Para se saber o tempo ocorrido, foi descoberto que o tempo de uma história deveria ser ou Cronológico ou Psicológico. O primeiro citado demarca a ocorrência em seqüência das coisas e o segundo, é expresso por algum tipo de desejo. Na peça estudada, ocorre muita chuva, são os próprios personagens que apresentam o tempo, pois são eles mesmos os responsáveis pela ação de toda a trama. Ocorre chuva, trovoadas, o tempo é instável, inconstante, uma hora estar chovendo e outra hora estar ensolarado, até porque, os personagens estão voltados para chuva, para água, para o molhado. Portanto, foi descoberto que o tempo da peça é ora cronológico, ora psicológico, pois os diálogos, o conflito, os musicais, os elementos que ilustram a ação dos personagens identificam o tempo ocorrido. Por isso podemos perceber a passagem que identifica o tempo chuvoso.
O espaço é dispensado em se tratando de uma peça de teatro, pois o cenário não é o elemento mais importante, o que prevalece é a fala dos personagens, o dialogo vivido e os conflitos.
Mas, iremos mostrar o ambiente em que as ações foram vividas como: ao ar livre, no galinheiro da galinha, na poça da Sereia, o mar e no Oceano Índico e Pacífico. É uma confusão tentar entender o verdadeiro ambiente onde se encontra as cenas. Quando tudo ainda está em terra fica tudo muito claro, mas, quando entra em cena a busca da casa da Sereia, tudo se torna divertido e misterioso.
Os personagens do texto teatral explicam toda a ação dramática. Há muito humor na linguagem, com bastante musicalidade e diversão. Eles apresentam-se de forma espontânea e como são bastante divertidos, despertam a curiosidade do leitor fazendo com que a leitura crie vida.
Iremos ver agora os aspectos da linguagem, ilustrando primeiramente o uso do coloquialismo, pois o gosto pelas palavras populares facilita o entendimento do leitor, especialmente porque se trata de um texto dramático e o uso da linguagem oral é recomendado. As palavras: puxa droga, arrumar, são encontradas no texto dando um esquema diferente ao vocabulário permitido. Surge também várias onomatopéias ( “pon, pon, pon,” “ploc, ploc, ploc”), ilustrando a obra e divertindo o leitor. Há também um grande aproveitamento de rimas, todas voltadas para as melodias folclóricas e cantigas tradicionais, que facilitam a aproximação leitor e livro. Na primeira música do livro temos a melodia de ciranda-cirandinha.
O humor é uma virtude contagiante que ao entrar em contato diariamente com a vida é capaz de transformar em detalhe a seriedade de qualquer um. Rir faz bem e a criança pode encontrar a fórmula de dar risadas se puder encontrar no diferente o meio mais apreciativo para romper com os estereótipos que a sociedade insiste em acumular. Sylvia Orthof detestava as coisas certinhas, ela gostava mesmo é de transformação, de poder modificar as coisas e de criar a vontade. Ela usou vários argumentos para atrair o público, usou guarda-chuvas, chuveiros, cortinas de plásticos, toucas de banho, escova, enceradeira e transformou todos em fantoches maravilhosos para abrilhantar a sua brincadeira, assim como, outros seres mágicos, como, ovo, galinha sereia, nuvem e príncipe. Todos esses objetos e seres foram trazidos até o universo fantasioso de Sylvia para nos fazer rir e sonhar.
O teatro é algo que está sempre em movimento, em constante mudança, especialmente por que a independência com que os personagens se apresentam causa uma impressão nova e viva, pois, por se tratar de teatro, o espírito vivo que compõe o cenário visto pelo leitor ou pelo público, multiplicará as chances da história aumentar o nível que arte possui.

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