Era menina quando cheguei ao Acari. Que cidade limpa! Que cidade linda!
Para mim, que vinha de uma capital “do Sul” aquela cidadezinha quase toda branca, de sol escaldante e ruas tão calmas, era uma maravilha.
Passeios de bicicleta regiam minhas tardes. Meus olhos de menina olhavam para o alto e ficava tonta ao contemplar prédios tão grandes e antigos.
A maior aventura ainda não conhecia. Quando a chuva caiu, e todos para a rua saíram, fiquei extasiada. Os pingos da chuva molhavam meus cabelos, minha roupa, e eu lá, parada a contemplá-la. Quase não acreditei. Onde estava o frio? Havia ficado longe, bem longe...
E não ficou por aí. Disseram-me que o açude Gargalheiras havia sangrado. E açude tem sangue? Fui ver a tal sangria. Quase desmaiei. Era de uma beleza sem tamanho. Aquele mundo de água caindo... igual a um véu de noiva. Uma lindeza!
Aquela visão ficou na minha memória, e aprendi a amar esta terra como se fosse minha. E daqui ainda espero provar de muitos frutos.
Rúbia Kátia Azevedo Montenegro
(paulista de nascimento mas acariense de coração)
Obs.: o texto já havia sido publicado no ano passado, mas devido a sangria do Gargalheiras resolvi postá-lo novamente.
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