domingo, 26 de abril de 2009
Acari
Era menina quando cheguei ao Acari. Que cidade limpa! Que cidade linda!
Para mim, que vinha de uma capital “do Sul” aquela cidadezinha quase toda branca, de sol escaldante e ruas tão calmas, era uma maravilha.
Passeios de bicicleta regiam minhas tardes. Meus olhos de menina olhavam para o alto e ficava tonta ao contemplar prédios tão grandes e antigos.
A maior aventura ainda não conhecia. Quando a chuva caiu, e todos para a rua saíram, fiquei extasiada. Os pingos da chuva molhavam meus cabelos, minha roupa, e eu lá, parada a contemplá-la. Quase não acreditei. Onde estava o frio? Havia ficado longe, bem longe...
E não ficou por aí. Disseram-me que o açude Gargalheiras havia sangrado. E açude tem sangue? Fui ver a tal sangria. Quase desmaiei. Era de uma beleza sem tamanho. Aquele mundo de água caindo... igual a um véu de noiva. Uma lindeza!
Aquela visão ficou na minha memória, e aprendi a amar esta terra como se fosse minha. E daqui ainda espero provar de muitos frutos.
Rúbia Kátia Azevedo Montenegro
(paulista de nascimento mas acariense de coração)
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